terça-feira, 1 de novembro de 2016

Festum Omnium Sanctorum

Festum Omnium Sanctorum




A festa de todos os santos acontece desde o século IV, onde se celebrava em Antioquia festa por todos os mártires no primeiro domingo depois de Pentecostes. No ano de 835, esta celebração foi transferida pelo papa Gregório IV para 1º de novembro. A festa ou solenidade do dia de Todos os Santos é celebrada em honra de todos os santos e mártires que viveram e morreram para Jesus Cristo. Homens, mulheres e crianças que viveram para Cristo, sendo seus discípulos e imitadores. Na Solenidade de Todos os Santos, a Igreja celebra a memória daqueles que, voltaram as suas vidas para Nosso Senhor. Deixaram família, bens e pertences para unir-se intimamente com Deus. É uma forma de recordar na memória do fiel que, sim, a santidade é possível. Operando na caridade e na graça de Deus, cada cristão pode chegar ao céu. "sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito" (Cf. Mt 5, 48).


Sobre a intercessão dos santos, o catecismo da Igreja Católica diz:

§956 A intercessão dos santos. "Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por conseguinte, pela fraterna solicitude deles, nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio": Não choreis! Ser-vos-ei mais útil após a minha morte e ajudar-vos-ei mais eficazmente do que durante a minha vida.
§2683 GUIAS PARA A ORAÇÃO
Uma nuvem de testemunhas
As testemunhas que nos precederam no Reino, especialmente as que a Igreja reconhece como "santos", participam da tradição viva da oração pelo exemplo modelar de sua vida, pela transmissão de seus escritos e por sua oração hoje. Contemplam a Deus, louvam-no e não deixam de velar por aqueles que deixaram na terra. Entrando "na alegria" do Mestre, eles foram "postos sobre o muito". Sua intercessão é o mais alto serviço que prestam ao plano de Deus. Podemos e devemos pedir-lhes que intercedam por nós e pelo mundo inteiro.
O que diz o catecismo sobre a memória dos santos:
§1173 Quando, no ciclo anual, a Igreja faz memória dos mártires e dos outros santos, "proclama o mistério pascal" naqueles e naquelas "que sofreram com Cristo e estão glorificados com ele, e propõe seu exemplo aos fiéis para que atraia todos ao Pai por Cristo e, por seus méritos, impetra os benefícios de Deus"

§1195 Celebrando a memória dos santos, primeiramente da Santa Mãe de Deus, em seguida dos apóstolos, dos mártires e dos outros santos, em dias fixos do ano litúrgico, a Igreja manifesta que está unida à Liturgia Celeste; glorifica a Cristo por ter realizado sua salvação em seus membros glorificados. O exemplo delas e deles a estimula em seu caminho para o Pai. 
Sobre as imagens sacras dos santos:
§1161 Todos os sinais da celebração litúrgica são relativos a Cristo: são-no também as imagens sacras da santa mãe de Deus e dos santos. Significam o Cristo que é glorificado neles. Manifestam "a nuvem de testemunhas" (Hb 12,1) que continuam a participar da salvação do mundo e às quais estamos unidos, sobretudo na celebração sacramental. Por meio de seus ícones, revela-se à nossa fé o homem criado "à imagem de Deus" e transfigurado "à sua semelhança", assim como os anjos, também recapitulados em Cristo:
Na trilha da doutrina divinamente inspirada de nossos santos Padres e da tradição da Igreja católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que habita nela, definimos com toda certeza e acerto que as veneráveis e santas imagens, bem como as representações da cruz preciosa e vivificante, sejam elas pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser colocadas nas santas igrejas de Deus, sobre os utensílios e as vestes sacras, sobre paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, como a de Nossa Senhora, a puríssima e santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos. 

Segue abaixo a Litaniae Sanctorum (Ladainha dos Santos):




https://www.youtube.com/watch?v=CKWRuFjIRFo&app=desktop


Salve Maria!



http://catecismo-az.tripod.com/conteudo/a-z/s/santos.html
http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p2s2cap1_1210-1419_po.html
https://padrepauloricardo.org/episodios/solenidade-de-todos-os-santos
http://www.montfort.org.br:84/festa-de-todos-os-santos-liturgia-tridentina/

sexta-feira, 27 de maio de 2016

FESTA DO CORPO DE DEUS.
QUINTA-FEIRA DEPOIS DA FESTA DA SANTÍSSIMA TRINDADE.

Ó Pão vivo que escondes o meu tesouro, prostrado diante
de ti, adoro-te! (J. C. Poesias).

1— De etapa em etapa, através do ano litúrgico, fomos subindo desde a consideração dos mistérios da vida de Jesus até à contemplação da SS.ma Trindade cuja festa celebramos no Domingo passado. Jesus, nosso Mediador, nossa vida, tomou-nos pela mão e levou-nos
à Trindade, e hoje parece que a própria Trindade nos quer conduzir a Jesus considerado na Sua Eucaristia. «Ninguém vai ao Pai senão por mim» (Jo. 14, 6) disse Jesus; e acrescentou:
«Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não atrair» (ib. 6, 44).
É este o itinerário da alma cristã: de Jesus ao Pai, à Trindade; da Trindade, do Pai, a Jesus; Jesus leva-nos ao Pai, o Pai atrai-nos para Jesus. O cristão, de maneira alguma pode prescindir 'de Cristo; Ele é, no sentido mais rigoroso da palavra, o nosso Pontífice, Aquele que Se fez ponte entre Deus e nós. Encerrado o ciclo litúrgico em que se comemoram os mistérios da vida terrena do Salvador, a Igreja como boa mãe, sabendo que a nossa vida espiritual não pode subsistir sem Jesus, conduz-nos a Ele, vivo e verdadeiro no Santíssimo Sacramento do altar. A solenidade do Corpo de Deus não é a simples comemoração de um facto sucedido historicamente há perto de dois mil anos, na noite da última ceia; é a festa de um facto atual, de uma realidade sempre presente e "Sempre viva no meio de nós, pela qual podemos muito bem dizer que Jesus não nos «deixou órfãos», mas quis ficar permanentemente conosco na integridade da Sua pessoa, com toda a Sua humanidade, com toda a Sua divindade. «Não há nem nunca houve nação tão grande canta com entusiasmo o Oficio do dia que tivesse os deuses tão próximos de si, como está perto de nós o nosso Deus» (BR.). Sim, na Eucaristia, Jesus é verdadeiramente o Emanuel, o Deus conosco.

2— A Eucaristia não é só Jesus vivo e verdadeiro no meio de nós: é Jesus feito nosso alimento. É este o aspecto principal, sob o qual a liturgia de hoje nos apresenta este mistério; pode afirmar-se que não há parte alguma da Missa que não trate dele diretamente, ou que ao menos lhe não faça referências. A ele alude o Intróito, recordando o trigo e o mel com que Deus alimentou o povo hebreu no deserto, manjar prodigioso e, contudo, só longínqua imagem do Pão vivo e vivificante da Eucaristia. Fala dele a Epístola (I Cor. 11, 23-29), referindo a instituição do sacramento quando Jesus «tomou o pão e, dando graças, o partiu e disse: Recebei e comei, isto é o meu corpo»; canta-o o Gradual: «os olhos de todos esperam em Vós. Senhor e Vós dais-lhes de comer no tempo -oportuno; mais amplamente lhe entoa um hino a belíssima sequência Lauda Sion, ao passo que o Evangelho (Jo. 6, 56-59), fazendo eco ao Aleluia, reproduz o trecho mais significativo do discurso em que Jesus anunciou a Eucaristia: «a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida»; o Communio, depois, retomando uma frase da Epístola, recorda-nos a necessidade de receber dignamente o Corpo do Senhor e, finalmente, o Postcommunio diz-nos que a comunhão eucarística é penhor da comunhão eterna do céu. Mas para compreender melhor o valor imenso da Eucaristia, é preciso voltar às palavras de Jesus, que muito oportunamente, são citadas no Evangelho do dia: «0 que come a minha carne e bebe o meu sangue, fica em mim e eu nele». Jesus fez-Se nossa comida para nos assemelhar a Ele, para nos fazer viver a Sua vida, para nos fazer viver n’Ele, como Ele mesmo vive em Seu Pai. A Eucaristia é verdadeiramente o
sacramento da união ao mesmo tempo que é a prova mais clara e convincente de que Deus nos chama e solicita à íntima união com Ele.

Colóquio – «Ó Deus, ó Criador, ó Espírito de vida que cumulais as Vossas criaturas de dons sobrenaturais sempre novos, Vós concedeis aos eleitos o dom que sempre se renova: o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo!

«Ó Jesus, Vós instituístes este sacramento movido não pelo temor, não pelo desejo de alguma vantagem para Vós, mas movido unicamente por um amor que não tem outro nome senão: amor Sem medida. Vós instituístes este sacramento porque o Vosso amor vai além de toda a expressão. Ardendo em amor por nós, quisestes dar-Vos a nós e ficastes aí, na hóstia consagrada, todo inteiro e para sempre até à consumação dos séculos. E não fizestes isto só em memória da Vossa morte que é a nossa salvação, mas para permanecerdes todo conosco, sempre conosco.
«Alma minha, se queres penetrar nas profundezas deste mistério, é preciso que tenhas a vista apurada pelo amor. Ê preciso que vejas e entendas! Considera a última ceia, considera Jesus Cristo consciente de que o Seu corpo bem depressa deverá separar-se da humanidade, considera o amor com que, desejando unir-Se para sempre a nós, instituiu este sacramento onde pudesse estar corporalmente e para sempre unido à humanidade.
Ó amor inextinguível! Amor forte, verdadeiramente inflamado, ó amor de Cristo, ó amor pelos homens! Ó Jesus, tínheis já diante dos olhos a morte que Vos aguardava, as dores e os tormentos atrozes da Paixão rasgavam já o Vosso Coração e, apesar de tudo, quisestes oferecer-Vos aos verdugos e fazer de modo que por meio deste sacramento, Vos pudessem ter sempre como dom de eternidade, ó Vós cujas delícias são estar com os filhos dos homens!
Ó alma minha, porque não quererás mergulhar cada vez mais com todo o teu ser no amor de Cristo que na vida c na morte nunca Se esqueceu de nós, mas Se quis dar todo a nós e unir-Se a nós para sempre?»
(B. Ângela de Foligno).

  

Ref: Intimità Divina. P. Gabriele di Santa Maria Maddalena 

sexta-feira, 6 de maio de 2016

O SEGREDO DE MARIA - São Luís de Montfort

Salve Maria!


Chegamos ao mês de Maio, mês dedicado a Nossa Senhora, nossa Mãe e Intercessora no céu. Para comemorarmos o mês Mariano vamos nos debruçar no decorrer de alguns posts sobre a linda obra de São Luís de Montfort: O SEGREDO DE MARIA.



A história de vida de São Luís de Montfort no-lo mostra continuadamente apaixonado pelos encantos da Virgem Santíssima, vivendo sob a sua dependência, entregando-se a Ela de corpo e alma, e buscando receber tudo da sua mão maternal, para, por meio dela, elevar-se à mais alta santidade. O ideal de Montfort é conduzir as almas a Jesus Cristo por Maria.




O Segredo de Maria, escrito por São Luís de Montfort, não é senão um resumo da sua obra-prima mariana "O Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem". Por isso têm estes dois livros a mesma finalidade: revelar a missão especial da Mãe de Deus no plano da salvação para depois estabelecer com Ela uma verdadeira relação de amor filial. 
Mas o mais importante é que a doutrina aqui explanada no Segredo de Maria não é reservada a uma categoria especial de pessoas, mas a todos os cristãos, de todos os tempos e lugares, e que desejam viver a sério o seu compromisso batismal, que consiste numa adesão sincera e total a Jesus Cristo; mas o caminho único e seguro para conseguir isso é Maria e aqui está o verdadeiro segredo que o autor procurará revelar. E Montfort não se contentará, como outros autores, a aconselhar apenas a devoção mariana, mas irá ao ponto de escrever o verdadeira norma de conduta para se lá chegar. E a única norma de conduta séria, válida e eficaz para Montfort será a "devoção da Santa Escravidão" ou a "consagração a Maria na qualidade de escravo". 
Eis, pois aqui, amigo leitor a explicação duma devoção que se cultivares, irá revelar-se-te num grande segredo de santificação que, afinal, "é a vocação do todo o cristão"(LG40).


PARA ALCANÇAR A GRAÇA DE DEUS É NECESSÁRIO 
PRIMEIRO ALCANÇAR MARIA


Segundo Montfort: Portanto, tudo se resume a encontrar um meio fácil para se alcançar de Deus a graça necessária para se tornar santo; e é precisamente isso que eu pretendo ensinar-te. E afirmo que, para se alcançar tal graça de Deus, é necessário alcançar Maria. Vejamos, em seguida, os motivos:

1- Maria alcançou a graça

Só Maria alcançou graça diante de Deus, para Si e para toda a criatura em particular. Nem os patriarcas ou profetas, nem todos os Santos do Antigo Testamento alcançaram graça.

2- É Mãe da graça

Só Maria, na verdade, deu o ser e a vida ao Autor de toda a graça; por isso é a apelidada de "Mãe da graça".

3- É cheia de graça

Deus pai, quem, como de fonte essencial devia todo o dom perfeito e toda graça, ao dar-Lhe seu próprio Filho, entregou a Maria todas as graças; de maneira que - como diz São Bernardo - n'Ele e com Ele Deus comunicou-Lhe a sua própria vontade.

4- É administradora das graças

Deus escolheu-A para tesoureira, ecônoma e distribuidora de todas as suas graças; por isso, todas as graças e dons de Deus passam pelas suas mãos.[...].

5- É Mãe do Filho de Deus

Tal como, na ordem da natureza, é necessário que um filho tenha um pai e uma mãe, assim também, na ordem da graça, todo o verdadeiro filho da Igreja deverá ter Deus por pai e Maria por mãe. E quem se vangloriar de ter Deus por pai e não tiver a ternura de um filho por Maria, pois será um mentiroso que terá apenas o demônio por pai.

6- É Mãe dos membros de Cristo

Já que foi Maria quem formou a Cabeça dos predestinados, Jesus Cristo, a Ela pertence também formar os membros dessa mesma Cabeça, que são os verdadeiros cristãos. Com efeito, uma mãe não dá à luz a cabeça sem os membros, nem os membros sem a cabeça.[...].

7- É colaboradora do Espírito Santo

Tendo o Espírito Santo desposado Maria e tendo gerado n'Ela, com Ela e por Ela Jesus Cristo, a obra-prima, o Verbo encarnado, e não a tendo jamais repudiado, continua, cada dia, a gerar os predestinados n'Ela, com Ela e por meio d'Ela, de forma misteriosa, mas verdadeira.


8- Faz crescer no amor filial

Maria recebeu de Deus um domínio especial sobre as almas para alimentá-las e fazê-las crescer em Deus. [...] Por conseguinte, assim como a criança ai buscar todo o nutrimento à sua mãe, que lhe proporciona o alimento necessário à sua fragilidade, assim também os cristãos vão procurar em Maria todo o nutrimento e todo o vigor espiritual.

9- Está presente na vida dos verdadeiros cristãos

Somente a Maria disse Deus Pai: "Minha filha, põe a tua morada em Jacob", ou seja, habita nos cristãos autênticos, prefigurados em Jacob.
Somente a Maria disse Deus filho: "Minha Mãe, toma Israel por tua herança", ou seja, toma os verdadeiros cristãos por herança.
Finalmente, também só a Maria disse o Espírito Santo: "Minha fiel Esposa, lança as tuas raízes no meio dum povo glorioso", ou seja, os verdadeiros cristãos.[...].

10- É a imagem viva de Deus

Maria é chamada por Santo Agostinho, e é-o efetivamente, Forma Dei, imagem viva de Deus; isto quer significar que somente n'Ela foi formado Deus como homem perfeito, sem faltar-Lhe qualquer traço de divindade; e também que só n'Ela poe o homem ser transformado em Deus - tanto quanto a natureza humana o permita -, pela graça de Jesus Cristo. [...].

11- É o paraíso de Deus

Nunca houve e jamais haverá criatura alguma, não fazendo sequer exceção dos Bem-aventurados, dos Querubins ou dos mais elevados Serafins, onde Deus - fora de Si mesmo e em si mesmo - tenha manifestado a sua glória com tanta perfeição como em Maria. 
é Maria o Paraíso de Deus e o seu mundo inefável, onde o Filho de Deus penetrou para lá operar maravilhas, para o guardar e aí gozar as suas complacências. [...].

12- Facilita a união com Deus

Ninguém pense, como alguns iluminados, que Maria, por ser criatura, possa ter obstáculo à união com o Criador; é que já não é Maria que vive, é Jesus Cristo apenas, é Deus só que vive n'Ela. A sua transformação em Deus ultrapassa infinitamente a de São Paulo e a dos outros Santos, mais o que o Céu ultrapassa a terra em altura.[...].

13- É auxílio do sofrimento

Não pretendemos afirmar  que quem encontrou Maria através duma devoção verdadeira venha ficar isento de cruzes e sofrimentos. Bem ao contrário! Até será mais assaltado do que os outros já que Maria - qual Mãe dos viventes - dá a todos os seus filhos alguma porção da Árvore da Vida, a cruz de Jesus.
Reservando-lhes, porém, grandes cruzes, dá-lhes também a graça e carregá-las com paciência, e até com alegria, de manheira que as cruzes que Ela dá àqueles que lhe pertencem são - por assim dizer - saborosas, ou cruzes doces e não cruzes amargas. Ainda que, durante algum tempo e por serem amigos de Deus, devam beber o cálice da amargura, porém, a consolação e a alegria que recebem de sua bondosa Mãe - passada a provação - dá-lhes força e coragem para carregarem cruzes ainda bem mais pesadas e amargas.













São Luís Maria Grignion de Montfort, 1673-1716†
    O Segredo de maria / São Luís Maria Grignion de Montfort - 7°ed. - Lorena: Cléofas, 2015.















segunda-feira, 11 de abril de 2016

Resgate da feminilidade

Salve Maria!


A Igreja sempre ensinou a necessidade e o valor da virtude da modéstia ao afirmar que todo pecado contra a pureza é grave. Modéstia e feminilidade andam juntas, se vestir com modéstia é praticar a feminilidade. Mas afinal o que é feminilidade? A feminilidade é o modo de ser, de viver, de pensar, ou seja, as características que fazem a mulher ser feminina e que envolve o ser feminino. Para se resgatar a feminilidade é necessário que se resgate primeiro a modéstia feminina.



Nos dias atuais, cada vez mais as mulheres têm se esquecido do seu lado doce, maternal, terno e delicado. Tudo por culpa de ideologias que as persuadem a deixar de lado seu lado feminino. Cresce o número de mulheres que não querem ter filhos, que não querem o casamento e só aumentam os casos dos casais que vivem no pecado, de corpos unidos sem a benção de Deus. As famílias vêm sendo destruídas por essas ideologias que nada mais fazem a não ser nos distanciar da Salvação.


Mas como podemos resgatar a feminilidade? 

Primeiro é necessário o resgate da modéstia que tira a mulher de um papel de objeto sexual, da vulgaridade resgata o pudor, onde a mulher pode expressar seu lado feminino, com sua delicadeza, doçura que trocam os olhares de desejo por olhares de admiração. O Catecicismo da Igreja diz: “A pureza exige o pudor. Este é uma parte integrante da temperança. O pudor preserva a intimidade da pessoa. Consiste na recusa de mostrar aquilo que deve ficar escondido. Está ordenado castidade, exprimindo sua delicadeza. Orienta os olhares e os gestos em conformidade com a dignidade das pessoas e de sua união… O pudor é modéstia. Inspira o modo de vestir… Torna-se discrição… O pudor inspira um modo de viver que permite resistir às solicitações da moda e à pressão das ideologias dominantes.”.
A mulher não precisa se mostrar para ser considerada bonita. E também ser delicada não quer dizer que a mulher não seja forte, é tudo uma questão de equilíbrio. 

Uma indicação para aprofundamento do estudo do tema "feminilidade" é a vídeo aula do Pe. Paulo Ricardo que faz parte de um ciclo de aulas que tratam sobre a dignidade da mulher católica: "Feminilidade: o que está acontecendo com as mulheres?"



Ser modéstia, feminina e não abrir mão de um pouco de modernidade nas peças. Que tal looks que exalam feminilidade e modéstia para nos inspirar?

CORES ALEGRES





ESTAMPAS





SAIA LONGA




SAIA MIDI






JEANS







LOOK FESTA





NOIVAS









Lembrem-se: Não aceitemos as mentiras que se disfarçam de mel. As mentiras continuam contendo venenos, apesar de sua boa “aparência”. Desejemos ardentemente a pureza! Amemos a modéstia! Acolhamos o dom da feminilidade em todo o seu esplendor, tanto no nosso comportamento e no nosso vestir, e assim seremos construtoras de uma nova civilização: a civilização do amor!


Deus os abençoe!














https://padrepauloricardo.org/episodios/feminilidade-o-que-esta-acontecendo-com-as-mulheres
https://rosamulher.wordpress.com/
http://modaemodestia.com.br/moda-modestia/dom-feminilidade
http://modaemodestia.com.br/moda-e-igreja/igreja_modestia





sábado, 26 de março de 2016

A VITÓRIA DA CRUZ. Meditação sobre o Sábado Santo.

A VITÓRIA DA CRUZ

SÁBADO SANTO

“Ó Jesus crucificado por meu amor, descobri-me a vitória obtida pela Vossa morte.”

1— Apenas Jesus deu o último suspiro «o véu do templo rasgou-se... a terra tremeu e partiram-se as pedras, abriram-se as sepulturas e muitos corpos... ressuscitaram», de tal maneira que os presentes «tiveram grande medo e diziam; na verdade ·este era o Filho de Deus»(Mt. 27, 51-54).
Jesus quis morrer na ignomínia mais completa, aceitando até ao fim os escárnios e os irônicos desafios dos soldados: «Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo» (Lc. 23, 39). Mas logo que Jesus expirou, a Sua divindade manifestou-se de forma tão poderosa que se impôs mesmo aos que até àquele momento tinham troçado d’Ele. A morte de Cristo começa agora a manifestar-se tal qual é na realidade: não uma derrota, mas uma vitória, a maior vitória que o mundo conhece: vitória sobre o pecado, vitória sobre a morte, consequência do pecado, vitória que dá aos homens a vida da graça.

Ontem, apresentando a cruz à nossa adoração, a Igreja cantava: «Eis o madeiro da Cruz do qual esteve suspensa a salvação do mundo!» E depois do triste alternar dos impropérios, entoava um hino em louvor da cruz:

«Canta, ó língua, o glorioso combate, celebra o nobre triunfo sobre a cruz, pelo qual o Redentor do mundo venceu morrendo».


Deste modo, a consideração e a compaixão dos sofrimentos do Senhor alterna com hino de vitória. Morte e vida, morte e Vitória, são termo contraditórios entre si, todavia vemos que em
Jesus estão tão estreitamente unidos que o primeiro foi a causa do segundo. São João da Cruz, depois de ter descrito a agonia de Jesus na cruz, afirma:

«E nela fez maior obra que em toda a Sua vida tinha feito com milagres e obras, quer na terra quer no céu, que foi reconciliar e unir o gênero humano, pela graça, com Deus. E isto foi no dia e na hora em que este Senhor esteve mais aniquilado em tudo; a saber: quanto à reputação dos homens, porque, como O viam morrer, antes faziam escárnio do que O estimavam; quanto à natureza, pois nela Se aniquilava, morrendo; e quanto ao amparo e consolo espiritual do Pai, pois naquela altura O desamparou».


E conclui:

«Para que o bom espiritual entenda o mistério da porta e do caminho de Cristo para se unir a Deus, e saiba que quanto mais se aniquilar por Deus... tanto mais se une a Deus e maior obra faz». (S. II, 7, 11).


2— «Em paz durmo e descanso; assim começam as Matinas do Sábado Santo, aludindo à paz do sepulcro, onde depois de tantos tormentos, descansa o Corpo santíssimo de Jesus. De facto o dia de hoje é o mais indicado para nos recolhermos no silêncio e na oração junto do sepulcro do Senhor.

Depois da morte de Jesus, aterrorizados pelo terramoto e pelas trevas, todos tinham abandonado o Calvário, exceto o grupo dos mais fiéis: Maria Santíssima e João que nunca se tinham afastado da cruz, Maria Madalena e outras piedosas mulheres, «que tinham seguido Jesus desde a Galileia subministrando-lhe o necessário» (Mt. 27, 55).


O Senhor expirou já, mas eles não podem separar-se do Mestre adorado, objeto de
todo o seu amor e de todas as suas esperanças. O que os detém irresistivelmente junto daquele Corpo desfalecido é o seu amor. Tal é a ·característica da verdadeira fidelidade: perseverar mesmo nos momentos mais obscuros e difíceis quando tudo parece estar perdido, quando o amigo, em vez de triunfar, fica reduzido ao fracasso e à mais profunda humilhação. Ser fiéis a Deus quando
tudo corre bem, quando a Sua causa triunfa, é fácil, mas ser fiéis na hora das trevas, quando Ele permite a vitória momentânea do mal, quando nos parece que tudo o que era bom e santo está irremediavelmente arruinado e submerso, é duro e é a prova mais certa de um verdadeiro amor.
Entretanto, dois discípulos, José de Arimatéia e Nicodemos, encarregaram-se da sepultura: o sagrado Corpo é descido da cruz, envolvido num lençol com aromas e depois depositado no «sepulcro novo» que José tinha aberto numa rocha (Mt. 27, 60).


Em união com a Virgem que sem dúvida esteve presente à cena para receberem Seus braços o martirizado Corpo do Seu divino Filho, aproximemo-nos também nós daqueles sagrados despojos; fixemos uma vez mais o nosso olhar naquelas chagas, naquelas feridas, naquele Sangue que tão eloquentemente nos falam do amor infinito de Jesus para conosco. É verdade que essas chagas já não são dolorosas, mas sim gloriosas, e que amanhã, com a Páscoa, celebraremos a grande vitória que elas obtiveram; apesar de glorificadas, aquelas chagas são e serão eternamente
o sinal indelével da caridade excessiva com que Cristo nos amou.

Que o Sábado Santo, dia de transição entre as angústias de Sexta-feira Santa e a glória da Ressurreição, seja um dia de recolhimento e oração junto do Corpo inanimado de Jesus: abramos o nosso coração, purifiquemo-lo no Seu Sangue para que, todo renovado no amor e na pureza, possa rivalizar com o «sepulcro novo» e nele oferecer um lugar de paz e de repouso ao Mestre tão amado.




Colóquio:

«Ave, ó Cruz, nossa única esperança!

Tu aumentas a graça aos justos e perdoas as culpas aos pecadores. Ó Arvore gloriosa e refulgente, adornada com a púrpura do Rei, nos teus braços esteve suspenso o preço da nossa Redenção, em ti está a nossa vitória e o nosso resgate» (cfr. BR.).

«Ó Cristo, mais uma vez fixo o meu olhar no Vosso rosto esvaído e, não sem lágrimas, levanto os meus olhos para as Vossas chagas e para as Vossas feridas, não sem comoção elevo o meu coração contrito e considero quantas tribulações encontrastes, para me procurardes, para me salvardes.

«Ó bom Jesus, com quanta liberalidade nos destes, sobre a cruz, tudo o que tínheis! Aos que Vos crucificaram, destes a Vossa oração afetuosa, ao ladrão o Paraíso, à Mãe o filho, o filho à Mãe, aos mortos a vida, às mãos do Pai a Vossa alma; oferecestes a todo o mundo um sinal do Vosso poder e para remir o escravo destes não algumas gotas, mas todo o Vosso Sangue, aquele Sangue que corria de tantas e tão profundas feridas... ó suavíssimo Senhor e Salvador do mundo, como Vos agradecerei dignamente?


«Ó bom Jesus, Vós inclinais a cabeça coroada, trespassada por muitos espinhos, convidando-me ao beijo da paz e pareceis dizer-me: 'Eis como estou desfigurado, dilacerado, morto. Sabes porquê? Ó ovelha perdida, para te tomar e reconduzir aos pastos celestiais do Paraíso. Paga-me com a mesma moeda... Contempla-me na minha Paixão. Ama-me. Eu dei-me a Ti, dá-te Tu a mim... Ó Senhor, enternecido à vista das Vossas chagas, quero que reineis sobre mim, dolorido como Vos vejo; quero colocar-Vos como um selo sobre o meu coração e como um sinal no meu braço, a fim de me conformar conVosco e com o Vosso martírio em todos os pensamentos do meu coração e em todas as obras do meu braço.



«Ó dulcíssimo e bom Jesus! Já que Vos destes por nós como preço de resgate, concedei-nos, ainda que não sejamos dignos de tanto valor, que nos submetamos à Vossa graça, inteiramente, perfeitamente e em tudo»
(cf r. S. Boaventura) .

sexta-feira, 25 de março de 2016

O MISTÉRIO DA CRUZ. Meditação sobre a Sexta feira da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.

O MISTÉRIO DA CRUZ

SEXTA-FEIRA SANTA

“Ó meu Deus permiti-me penetrar conVosco na espessura do mistério da cruz”

            1 — O dia de Sexta-feira Santa, mais que qualquer outro, convida-nos a penetrar profundamente na «espessura dos trabalhos e dores do filho de Deus» (cfr. J.C.C. 36, 12), não só com a consideração teórica da mente, mas ainda mais com a disposição prática da vontade
de abraçar de bom grado o sofrimento para nos associarmos e assemelharmos ao Crucificado. Sofrendo com Ele, compreenderemos melhor os Seus sofrimentos, entenderemos melhor o Seu amor por nós, «porque o mais puro padecer traz mais íntimo e puro entender» (ib, 36,
12) e «ninguém sente mais profundamente em seu coração a Paixão de Cristo do que quem já sofreu alguma coisa parecida» (Imit. II, 12, 4).

Acompanhemos o Senhor com estas disposições no último dia da Sua vida terrena.

            O martírio atroz que dentro de poucas horas despedaçará o Seu Corpo, ainda não começou, e contudo, a agonia de Jesus no Jardim das Oliveiras, assinala um dos momentos mais dolorosos da Sua Paixão e mais reveladores das acerbíssimas penas do Seu espírito. A Sua santíssima Alma está imersa numa indizível angústia, é o abandono e a desolação extrema, sem o menor conforto nem de Deus nem dos homens. O Salvador sente sobre Si o peso enorme de todos os pecados da humanidade. Ele, inocentíssimo, vê-Se coberto dos mais execrandos delitos, tornado como que inimigo de Deus, objeto da Sua justiça infinita que n’Ele punirá todas as nossas iniquidades. Enquanto Deus, Jesus nunca deixou de estar unido ao Pai, ainda nos momentos mais dolorosos da Sua Paixão, mas enquanto homem sentiu-Se como que abandonado por Ele, «ferido por Deus e humilhado» (Is. 53, 4). Isto explica o íntimo drama do Seu espírito —drama muito mais doloroso que os terríveis sofrimentos físicos que O esperam— a cruel agonia que Lhe fez suar sangue, e ainda a Sua queixa:

«A Minha alma está numa tristeza mortal» (Mt. 26, 38).

            Se antes havia desejado ardentemente a Paixão, agora, que a Sua humanidade se encontra diante da dura realidade do facto, privada do socorro sensível da Divindade, a qual parece não só retirar-Se, mas indignar-Se contra Ele, Jesus geme:
«Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice!»
Mas o grito angustioso da natureza humana perde-se imediatamente no da perfeita conformidade da vontade de Cristo com a vontade do Pai:

«Todavia não como eu quero, mas sim como Tu queres» (ib. 26, 39).

2 —  A agonia do horto segue-se o beijo traidor de Judas, a prisão, a noite decorrida entre os interrogatórios dos sacerdotes e os insultos dos soldados, que Lhe dão bofetadas, que Lhe cospem no rosto, que Lhe tapam os olhos, enquanto lá fora, no átrio, Pedro O nega.

Ao amanhecer recomeçam os interrogatórios e as acusações, depois principiam as idas de um tribunal para outro: de Caifás para Pilatos, de Pilatos para Herodes, de Herodes outra vez para Pilatos; em seguida a horrível flagelação e coroação de espinhos; finalmente, vestido como rei de comédia, o Filho de Deus é apresentado à multidão que grita:

«Faze morrer este e solta-nos Barrabás»; a população pede a grandes vozes:

«Crucifica-O, crucifica-O!» (Lc. 23, 18-21).

Carregado com o madeiro do suplício, Jesus é arrastado até ao Calvário e crucificado entre dois ladrões. Estas dores físicas e morais atingem tal intensidade que o Senhor, agonizando sobre a cruz, lança um grito de desolação:

«Deus meu, Deus meu, porque me abandonaste?» (Mt. 27, 46).

Estamos novamente em presença do drama intimo que dilacera a alma de Cristo e acompanha, num rápido crescendo, a intensificação dos Seus sofrimentos físicos. No discurso da última Ceia, falando Jesus da Sua próxima Paixão, dissera aos Apóstolos:

«Eis que vem a hora em que sereis espalhados... e em que me deixareis só, mas eu não estou só, porque o Pai está comigo» (Jo. 16, 32).

A união com o Pai é tudo para Jesus: é a Sua vida, a Sua força, o Seu conforto e a Sua
alegria; se os homens O abandonam, o Pai está sempre com Ele e isso Lhe basta. Por isso podemos compreender melhor a intensidade do Seu sofrimento quando, durante a Paixão, o Pai Se retira d’Ele. No entanto, na Sua agonia e na Sua morte de cruz, Jesus é sempre Deus e como tal está sempre indissoluvelmente unido ao Pai.
Mas Ele quis tomar sobre Si a pesada carga dos nossos pecados e estes erguem-se como uma barreira de divisão moral entre Ele e o Pai. A Sua Humanidade, conquanto unida pessoalmente ao Verbo, está privada, por um milagre, de toda a consolação e apoio divinos; sente, pelo contrário, pesar sobre Si a maldição devida ao pecado:

«Cristo —diz S. Paulo—  remiu-nos da maldição... feito maldição por nós
» (Gál. 3, 13).

Chegamos ao mais profundo da Paixão de Jesus, às amarguras que Ele abraçou pela nossa salvação. E contudo, mesmo no meio de tão cruéis tormentos, a queixa de Jesus harmoniza-se com a expressão do abandono total:
«Pai, nas Vossas mãos encomendo o meu espírito» (Lc. 23, 46).
Deste modo Jesus, que quis saborear até ao fundo corno é amargo para o homem sofrer e morrer, ensina-nos a superar e dominar as inquietações e angústias produzidas pela dor e pela morte com atos de plena submissão à vontade de Deus e de confiante abandono nas Suas mãos.




Colóquio:

 «Ó Cristo, Filho de Deus contemplando a dor imensa que suportastes por nós sobre a cruz, parece ouvir-Vos dizer à minha alma: Não foi por engano que te amei! Estas palavras abrem os meus olhos e vejo claramente tudo quanto fizestes por mim, em virtude deste amor. Vejo quanto sofrestes na vida e na morte, ó amantíssimo Homem-Deus por causa deste amor profundo e invencível Sim, ó Senhor, Vós não me amastes por engano, mas com um amor perfeitíssimo e verdadeiro. E em mim vejo o contrário, pois amo-Vos com tibieza c sem vontade, e conhecê-lo é para mim uma pena insuportável.

«Ó Mestre, Vós amastes-me sem engano; eu, ao contrário, pecadora, nunca Vos amei senão com um amor imperfeito. Nunca quis ouvir falar das dores que Vós sofrestes voluntariamente na cruz e por isso Vos servi com negligência e sem verdade.

«O Vosso amor, Deus meu, acende em mim um desejo ardente de não querer fazer nada que seja ofensa Vossa, de querer abraçar a dor e o desprezo que Vós suportastes, de ter constantemente fixa na mente a Vossa Paixão e morte, na qual está a nossa verdadeira salvação e a nossa vida.

«Ó Senhor, ó Mestre e Médico eterno, o Vosso Sangue é o remédio que nos ofereceis gratuitamente para curar as nossas almas e ao passo que a Vós Vos custou a dolosíssima Paixão e a Morte da cruz, a mim não me custou nada, senão dispor-me a recebê-lo: e Vós imediatamente mo dais e curais todas as minhas enfermidades. ó meu Deus, já que estais disposto a libertar-me e a curar-me contanto que eu Vos mostre com lágrimas e arrependimento os meus males e as minhas enfermidades; Senhor, já que a minha alma está enferma, eis que Vos mostro os meus pecados e as minhas desgraças. Não pode haver pecado nem doença da
alma e do espírito a que Vós não tenhais dado remédio suficiente e não tenhais satisfeito com a Vossa morte!

«Por isso toda a minha saúde e a minha alegria estão em Vós, ó Cristo crucificado; onde quer que me encontre não quero jamais tirar o meu olhar da Vossa cruz»
(B. Ângela de Foligno).